quinta-feira, 24 de junho de 2010

Crônicas da ala psiquiátrica - primeira parte

Era um dia normal... Bem, acho que normal não é um termo muito apropriado, se fizermos uma comparação com o "mundo exterior". Todo mundo deve entender que o normal aqui é em relação com o padrão daquela sala, convenientemente colocada no terceiro piso, longe de qualquer pessoa comum...
Mas para uma pessoa que nunca esteve ali, é difícil entender esta normalidade. Então me dedicarei um pouco a descrevê-la aqui.
Assim que entrei, a primeira coisa que se repara é o Cidinho cantando pela 139041798a o refrão da música La Barca. Não identificamos ainda o motivo para tal comportamento... Será que ele anda tomando o gardenal dele? Ou será necessário tratamento de choque? Será que ele sabe o resto da letra da música? Será que ele tem uma quedinha pelo Luiz Miguel?
Ao lado dele está o Bruxa, fazendo um dueto... O problema é que ele não está cantando a mesma música do Cidinho, mas qualquer música que tenha a palavra Fokker ou coisas do tipo... Ele está sempre produzindo sons estranhos e rindo de coisas que ninguém sabe dizer...
Já o Erick Fabrício fica o tempo inteiro calado. Na verdade, ele deve ficar pesquisando o próximo estudo que ele irá comentar conosco na hora do almoço.
Certamente o Aguivone é o que mais conversa na sala, embora ninguém converse com ele... Bem, digamos que nenhum ser humano faz isto ali... Ele prefere mesmo conversar com o próprio computador, ou talvez com um capacitor que esteja de bobeira ali na mesa dele, quem sabe até um microcontrolador... Observando isto de longe (onde é mais seguro), percebe-se que a conversa entre eles nunca é muito amistosa, já que ele vive xingando eles... Acho que o ser humano nunca vai ser amigo de circuitos integrados...
Bem, este é geralmente o dia normal ali... como o dia apenas começou deixarei para dar mais detalhes logo mais...

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